Aliados de Cadoca não acreditam em desistência

Os aliados do deputado federal Carlos Eduardo Cadoca (PSC) na disputa à Prefeitura do Recife parecem ter ensaiado o discurso quando o assunto é a reunião do candidato com o presidente Lula, marcada para hoje. O encontro, na verdade, deveria ter ocorrido na última sexta, dia 5, quando Lula visitou o Recife para inaugurar obras do Estaleiro Atlântico Sul e participar de comemorações do centenário de Josué de Castro.

Na ocasião, o presidente gravou participações para os programas eleitorais de vários candidatos do PT, entre eles, o concorrente de Cadoca e até agora líder nas pesquisas de intenção de votos, João da Costa. Devido ao aperto na agenda, Lula ligou para o social cristão e remarcou a reunião para esta segunda. Por não ter sido incluído na lista de candidatos beneficiados com a presença de Lula no guia, surgiu a especulação de que o presidente pediria a Cadoca para abrir mão de sua candidatura, com o objetivo de fortalecer a base aliada em torno de João da Costa.

"Não sei a pauta da reunião, não tenho nenhuma informação”, disse Cadoca há pouco, do aeroporto, antes de embarcar. “Qualquer coisa que eu disser, estarei correndo o risco de antecipar ou excluir temas que podem ser objetos da conversa”, complementou. Segundo o candidato, primeiramente ele irá se encontrar com o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) e, só em seguida, segue para a reunião com Lula, que deve acontecer no próprio gabinete da Presidência da República.

De acordo com a assessoria parlamentar de Cadoca, em Brasília, ele deve chegar à Capital Federal por volta das 15h e somente pela noite rumará ao encontro.

O candidato a vice na chapa do social cristão, Rossini Barreira (PPS), também engrossou o coro do seu aliado. “A reunião não tem pauta, não se sabe de nada ainda”, argumentou. Perguntado sobre um possível pedido de Lula para a desistência de Cadoca, ele foi enfático: “Eu não acredito que ele vá desistir nem que o presidente vá pedir isso”. Rossini, inclusive, garantiu que nada muda, por enquanto, para os candidatos a vereador pelo PPS. “Não está no nosso roteiro a desistência. Raul Jungmann (deputado federal e grande liderança do partido) até gravou novas inserções”, adiantou.

A coligação em torno de Cadoca é composta pelos seguintes partidos: PSC, PPS, PV, PTC e PP. Em caso de segundo turno, ou até de desistência, não se sabe ao certo quem o candidato apoiará ou para onde migrarão as legendas, por conta da própria heterogeneidade da aliança. No plano nacional, o PSC e o PP, por exemplo, são da base aliada, enquanto o PPS é oposição.

O presidente do PV em Pernambuco, João Braga, é mais um que não sabe a pauta da reunião nem acredita numa eventual desistência. “Eu acredito que seja especulação (a desistência). Nós (o PV) trabalhamos com a hipótese de que a campanha continue”, assegurou.

Cadoca viajou acompanhado de uma de suas assessoras e deve retornar à Capital pernambucana amanhã. Segundo sua assessoria, ele já tem uma caminhada agendada para a noite desta terça. No entanto, a página de campanha do prefeiturável, na internet, não traz qualquer informação sobre as atividades desta semana. Cadoca viajou pouco depois do meio-dia.